quarta-feira, 11 de junho de 2008

Passageiros do Trem

Por Ana Cecília Soares e Jackson de Moura

Para muita gente, o trem é considerado o principal meio de transporte, seja para ir ao trabalho, resolver alguns compromissos pelo Centro da cidade ou, simplesmente, para dá aquela voltinha. A seguir, vejam os relatos daqueles que não vivem sem o trem.

De longe, já se via a massa multicolor de indivíduos descendo, apressadamente, as escadarias da Estação Ferroviária João Felipe. O céu cinzento e as nuvens carregadas no ar davam ao ambiente um tom melancólico, diferente da luminosidade habitual. À medida que se entrava na velha estação, o burburinho de passos, risadas e conversas animadas aumentavam. Porém, em poucos minutos, a tranqüilidade e o silêncio ganhavam espaço, enquanto o trem partia e apitava para outros lugares.

A vendedora de tecidos, Leide de Almeida, 28, há seis anos faz o mesmo trajeto: pega o trem na parada do Araturi rumo ao Centro da cidade, local onde trabalha. “A João Felipe fica próxima ao meu emprego, levo de 35 à 40 minutos para chegar aqui. O trem é rápido e isso facilita minha vida”, conta. Para a estudante Francilene Teodoro, 31, o trem, além de facilitar o dia-a-dia, lhe deixa mais à vontade nas viagens. “Os horários são certos, eu não enjôo como acontece quando estou nos ônibus e não tem aqueles homens pervertidos”, explica ao relacionar os trens da capital aos de São Paulo da maneira como ela ouve falar.

Seu José Vieira da Silva, 82, nativo de Baturité, lembra com saudade da época em que havia os trens interurbanos, “trabalhei quase 18 anos na manutenção da limpeza dessas ferrovias, foi um crime ter acabado com elas. Os ônibus são muito mais caros e perigosos”. Hoje, morando na Vila Manoel Sátiro, seu José pega o trem para vir, também, ao Centro, onde resolve seus “negócios”: “Não há quem possa com os trens da manhã, são lotados demais e é difícil encontrar um lugar para sentar, daí a gente fica batendo os chifres uns nos outros”, ressalta bem-humorado.

O relógio marcava 07h20min da manhã, quando pegamos o trem. O destino traçado seria Parangaba, embora a linha terminasse em Maracanaú. Da janela do vagão, víamos pessoas, casas, árvores e até um cachorrinho desajeitado, passarem correndo por nossos olhares. As rodas da maquinaria deslizavam, potentemente, pelos trilhos, quando a feirante Marina Martins, 25, relatava um pouco de seu dia a dia: “Pego o ônibus umas quatro da madrugada, que sai de Maracanaú, e vou para o Centro vender as minhas mercadorias na praça da Igreja da Sé. Quando dá meio-dia vou para a praça José de Alencar, onde fico até uma da tarde. Depois, pego o trem para voltar para casa”.

Neste dia, Marina não seguiu sua rotina diária porque tinha outros compromissos. Segundo ela, andar de trem é mais vantajoso do que nos transportes coletivos: “Me sinto mais segura em andar de trem, pois ele vem direto e a gente não tem perigo de se perder, sou de Maracanaú e não conheço muito Fortaleza”, diz.

A História pelos Trilhos

A antiga Estação Central de Fortaleza foi inaugurada em 1873 pela E. F. de Baturité. Em 1946 passou a se chamar Professor João Felipe. Dela partem duas linhas de trens metropolitanos: um pela linha Norte (Caucaia) e outro pela linha Sul (Maracanaú). Hoje, possui um total de seis trens, que circulam o dia todo no horário das 05h20min até às 20h20min da noite. O intervalo de um trem a outro varia de 30 á 45 minutos de espera.

Enquete: Afinal, andar de trem é perigoso?

Flávio Freitas, 35, Caucaia
“Nunca presenciei assalto no trem, mas acho errado porque ninguém é revistado antes de passar na catraca. Tanto faz andar de trem ou de ônibus, para quem quer assaltar só precisa da oportunidade e trem e ônibus são oportunidades iguais”.

Francenilda Alves, 38, Pacatuba
“Nunca vi um assalto porque sempre que acontece já tem passado. A única coisa que eu já vi foi uma pedra que agarrou num homem, porque quando o trem passa nos bairros, as crianças gostam de jogar pedra”.

João Alves, 76, Caucaia
“No ônibus é mais fácil a violência, o trem já é menos, pois ele tem horário certo de ir e voltar. Tem guarda dentro e nas paradas do trem, eles observam quem entra e quem sai”.

Paulo Barbosa, 40, Fortaleza
“A segurança nos trens melhorou bastante depois das novas composições. Antes as portas ficavam abertas e o risco de assaltos era maior. Além disso, tinha o problema do “pingente”, que são aquelas pessoas que ficavam penduradas nas portas. O problema maior, hoje, é a falta de educação das pessoas que ficam pichando os acentos do transporte”.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Google na rotina de trabalho

Por Ana Cecília Soares e Jackson de Moura
Abrão Lincoln de Souza, editor de arte do Diário do Nordeste, trabalha há cinco anos no jornal e na função desde novembro do ano passado. Nesta entrevista, ele nos conta de que forma utiliza as ferramentas do Google para facilitar seu trabalho no dia a dia.

- De que forma utiliza as ferramentas do google na rotina de trabalho?

Utilizo as ferramentas do
Google para a pesquisa de imagens, que tanto serve de referência, como também de índice para encontrar algum assunto que, às vezes, é muito abstrato. Então pesquiso uma imagem através de um tema e acabo focando no que estava procurando no início.

- Quais são as ferramentas que você mais utiliza do Google?

Além da ferramenta de pesquisa, uso muito o e-mail do Google, o G-mail. Ele tem vários recursos interessantes. O bate-papo, por exemplo, é um instrumento semelhante ao Messenger, pelo qual se consegue, junto a outros associados do Google, conversar com amigos sem sair do ambiente em que se está.

- Você estava me falando que conseguiu montar a sua própria página pessoal, por meio do Google. Explica melhor isso?

Através do iGoogle é possível personaliza sua página pessoal no e-mail do Google. Nele pode-se escolher um tema para o plano de fundo e, também, colocar janelas correspondentes a blogs, agências de notícias, etc. Outra ferramenta é o Google Maps, que serve muito para o meu trabalho, porque no cotidiano, a gente precisa estar localizando ou fazendo mapas. Por isso ele é uma figura central da minha página inicial de trabalho.

- Qual a principal vantagem do uso do google?

A facilidade. Você acaba encontrando tudo dentro de um mesmo contexto, não precisa estar girando a internet. Dentro de um só site, digamos assim, você encontra tudo o que precisa. Tem também a agenda, o Google Docs, que são planilhas, editores de texto, apresentação de sildes, enfim, o que o Office faz, ele, também, executa, de uma forma gratuita. Mas eu uso com menos intensidade. Então quando você é associado ao Google tem acesso a coisas que precisaria comprar ou usar pirata, e aqui não (no Google), você faz legalmente. Então você usaria o concorrente que é o Open Office, mas de qualquer forma você precisa instalar no seu computador. Através do Google Docs, você consegue fazer isso on-line, então se você cria uma planilha, trabalha e edita com todas aquelas ferramentas de equações lógicas, trigonometria, funções – que tem no Excel,
Open Office - você tem nele (no Google) totalmente gratuito.

- Como você observa a expansão do Google pelo mundo afora?

Eu vi até uma brincadeira outro dia que era “Como o Google vai dominar o mundo?”, era no
You Tube, então tinha uma comparação da Microsoft numa batalha ferrenha com o Google, parecia um jogo de xadrez até o Google dar o xeque-mate. Mostrava o começo da era da informática, como surgiram os primeiros computadores, surgiu o Google e aí começou a luta de interesses entre Microsoft e Google e uma daí uma brincadeira do que vem no futuro, que não tão distante, o Google vai dominar o mundo.
- Existe uma ferramenta do Google que você utiliza e acha que deveria ser melhorada?

O Google Maps não é muito preciso. Às vezes você coloca determinado endereço, define todos os procedimentos de definição de qual é a cidade, a rua, o número do imóvel, o estado e o país e a resposta é uma cidade vizinha. Já coloquei um endereço aqui na Beira-Mar e o Google Maps disse que era em Caucaia. Se você vai procurar um endereço de um conhecido seu e vai até esse endereço você pode dar com burros n’água.

- Como é o seu trabalho hoje por ter acesso ao Google?

Facilitou muito. O conceito de pesquisa era bem diferente antes e a dificuldade que você tinha em localizar, principalmente eu que trabalho com imagens, e uso demais a ferramenta de busca por imagens. A ferramenta que ele tem também de idiomas, ela é muito boa quando você tem dúvida e quer procurar em outros locais que não é o tradicional, como o português-inglês, que é o mais usual. Por exemplo, eu tenho um hobby que é modelar aviões de papel, então eu passei em torno de quatro meses garimpando a internet inteira a procura de modelos gratuitos e muitos são pagos, você encomenda o CD ou libera o download, mas procurando com a ferramenta eu vasculhei tudo em português e inglês aí, eu fiquei “como é que é isso? Deve existir mais!” Forcei um pouquinho que sabia o alemão básico, um pouco de italiano... se existe deve ter em russo, em norueguês, qualquer outra língua. Tanto que hoje eu acho que tenho seiscentos modelos diferentes hoje em dia. Você consegue se aprofundar bastante porque níveis diferentes de conhecimento, níveis diferentes de tratamento de informações e ele (o Google) consegue te dar uma vista rápida disso. É como você lê a sinopse que tem de cada site, você já sabe o que espera antes de acessar, já sabe o que vai encontrar. Você também pode personalizar o tipo de pesquisa, pode determinar só em português, então não vai perder tempo indo para outras linguagens, o nível de detalhamento que você quer da pesquisa também pode ser definido aqui; mas ele tem a ferramenta do próprio Google que é para tradução, você pode procurar na internet colocando a palavra que você quer e você diz qual é a língua que quer que ele procure. O Google Maps tem uma ferramenta bacana que você segue clicando e marcando o trajeto e ele vai te dizer a distância aproximada. O Reader abre documentos PDF mesmo que você não tenha o Acrobat Reader. Você pode direcionar muito a sua pesquisa, então.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Unifor On-line: Um Espaço Multimidiático

Como forma de manter alunos, professores, funcionários e o público em geral, informados sobre as notícias mais importantes do campus, a Universidade de Fortaleza criou o Unifor On-Line. Site que vem servindo como um dos seus principais meios de comunicação.

O advento da tecnologia possibilitou o surgimento de um novo ambiente comunicacional multimidiático. As mídias tradicionais sofreram mudanças radicais em seus formatos, enquanto outras foram surgindo. A internet é uma delas.

Hoje, é, quase, impossível não se acessar a internet. Através dela, assisti-se a filmes, escuta-se música, fala-se com amigos e parentes distantes, entre muitas outras funcionalidades. Diante deste mundo de opções trazidas pelo meio on-line, as universidades vêm incorporando-o nas suas atividades acadêmicas.

O Unifor On-Line é um exemplo. Criado em 1997, pelo núcleo de TI da universidade, o site é um espaço de
convergência midiática, onde os usuários podem ter acesso às informações institucionais, cursos de graduação, pós-graduação e de extensão.

Além de se manter atualizados sobre o período de matrículas, ações desenvolvidas pela Unifor, ouvir os programas da
Rádio Gentileza, realizar pesquisas na biblioteca virtual, etc. Para saber mais sobre o Unifor On-line confira a entrevista com Gilberto Santiago, Gerente de TI da Universidade.

Entrevista

Nhengara - Há quanto tempo existe o Unifor On-Line?

Gilberto Santiago – O site existe há uns 11 anos. Ele foi criado em 1997.

N - Por quantas mudanças ele já passou?

GS - Já foram lançadas quatro versões do Unifor On-Line.

N – E o que mais foi alterado?

O que mais mudou foi o seu desenho e a sua funcionalidade. Agora, ele está mais atraente, mais prático de se navegar, procuramos deixar tudo mais fácil para os usuários. Estamos sempre procurando melhorá-lo.

N – Quantas pessoas trabalham para o site?

GS – Em torno de dezoito pessoas, mas ultimamente temos recebido colaborações do Núcleo de Educação a Distância da Unifor
(Nead), no que diz respeito ao ensino a distância. Este fato, inclusive, posso dizer que vem sendo o grande investimento do site. Estamos desenvolvendo todo um aparato técnico para oferecer apoio virtual na área de educação à distância.

terça-feira, 25 de março de 2008

WEB 2.0: um novo conceito de internet?

Cada vez mais em evidência, o termo WEB 2.0 ainda causa muitas dúvidas e discussões entre os internautas. Mas, o que todos concordam é que a internet se tornou mais sofisticada e complexa.

Mesmo quem não tem muita afinidade com o mundo virtual, com certeza já ouviu falar no termo WEB 2.0. Quanto mais popular fica a expressão, mais difícil fica defini-la. Segundo o ex-diretor do Globo.com, Marcello Povoa, em artigo escrito para a Webinsider, o termo se refere a uma segunda geração de serviços de internet. “Como toda forma de classificação histórica, não podemos dizer exatamente quando termina ou começa este período cronologicamente. Mas a observação destes padrões de comportamento na rede pode ser saudável do momento em que colabora com a organização de idéias e conceitos em uma indústria nova e particularmente complexa por sofrer agressivas mutações — justamente por estar ainda em sua fase embrionária”, afirma ele.

WEB 2.0 é uma tendência que tem por objetivo reforçar a troca de informações entre os internautas com sites e serviços virtuais. Por meio dela, torna-se possível um maior dinamismo no meio on-line, a partir do aumento da colaboração dos usuários na organização dos conteúdos.

Wikipédia, Orkut e Blogs são alguns dos exemplos do que constitui a WEB 2.0. Também entra nesta definição a oferta de diversos serviços on-line, todos interligados, como oferecido pelo
Windows Live. Esta página da Microsoft, ainda em versão de testes, integra ferramenta de busca, de e-mail, comunicador instantâneo e programas de segurança, entre outros.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Blog: O Diário Pessoal e Público



Quando adolescente adorava escrever diários. Via neles um meio de expurgar os meus medos, dúvidas, amores platônicos e de expor as minhas idéias sobre diversos assuntos; pois era muito tímida e tinha vergonha de compartilhar com os outros os meus sentimentos.


Assim como eu, várias pessoas já tiveram ou, ainda, tem fragmentos da vida registrados em diários. Hábito este, que, por volta dos anos 90, adquiriu novas funcionalidades com o surgimento de blogs, ou seja, diários virtuais que circulam na internet, mesclando diversas linguagens, que vai do estilo jornalístico ao tom melancólico das correspondências.


Coexistindo com a maneira convencional de se fazer diário, o blog traz outra possibilidade de narrar os vários aspectos e impressões da vida. Por meio dele é possível compartilhar, com o outro, sentimentos, idéias e atitudes. Construindo, portanto, uma nova maneira de comunicação, onde os indivíduos, ligados a interesses em comuns, aproximam-se com a intenção de se solidarizar com a causa do outro. O laço social passa a ser emocional.


O blog promove uma rede de relações, construções e significados. Representando na sua forma e conteúdo, os contornos da sociedade contemporânea. Ele consiste no produto e (re) produtor de uma parcela de pessoas que encontra na internet a possibilidade de se comunicar com o outro, de tocá-lo através de uma narrativa particular, que varia desde a confecção de artigos, crônicas, até os relatos autobiográficos.
Se a forma tradicional de fazer diário permite o contato consigo mesmo, estruturando uma relação de caráter solitário e auto-reflexivo, o blog promove o encontro com o outro. Ou melhor, como diz Pierre Lévy: “A humanidade reconecta-se consigo mesma”.


Com os blogs a relação é de teor coletivo, as experiências são partilhadas e a alteridade é tecnologicamente reconstruída. No meio virtual, o diário passa da esfera privada para a pública. A intimidade deixa de ser “una” para ser “multi”, pois todos participam de um mesmo acontecimento.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Bem-vindos ao Teatro Mágico



Em turnê pelo Nordeste, o grupo Teatro Mágico traz a Fortaleza o espetáculo Entrada para Raros. A apresentação acontece hoje, às 20h, no Ar livre.

Misturando música e ritmo, performance com bateria, sanfona com rock.Contando, ainda, com o nariz vermelho, a cara de palhaço e o espírito de independência. O Teatro Mágico vem se tornando, nos últimos três anos, um dos maiores sucessos no cenário alternativo.
Vinda de São Luís, a trupe chega em Fortaleza para única apresentação e segue para as cidades de Natal, Campina Grande, Maceió e João Pessoa."O Nordeste é um berço. A gente se identificou com o público. As pessoas daqui se manifestam de forma espontânea, chegam pintados ao show. Vira uma festa popular", conta Fernando Anitelli, fundador e coordenador do projeto.

Diferente da última apresentação na cidade, quando o grupo não veio completo, o show de hoje conta com 14 multi-artistas no palco. A versatilidade é a marca dos espetáculos que são como ensaios: um processo de criação incessante.

Segundo Anitelli, o Teatro Mágico vai além. "Onde tem palhaço, tem caos. Ele é radical. O espírito é crítico. Não faz gracinhas apenas. Ele faz o povo brincar de pensar, essa é a grande brincadeira". Na palhaçada, o espetáculo se transforma e permite a participação da platéia.
Entrada para raros traz alguns esquetes do próximo disco da trupe: Segundo Ato. O novo álbum vem da idéia de criar uma trilogia, como se fosse uma peça. "O Segundo Ato fala de questões mais presentes no cotidiano. É mais politizado e mais amadurecido musicalmente", ressalta.O lançamento está previsto para maio e promete ter a cara dos espetáculos.
O Teatro Mágico conseguiu se tornar fenômeno. Distribuição autônoma de suas músicas pela internet, defesa da pirataria e venda de CDs originais por R$5,00 conquistaram os fãs.
Serviço:

Show do Teatro Mágico. Hoje, ás 20h, no Ar Livre (Washington Soares, S/N - próximo ao Shopping Salina). Ingressos na loja Chili Beans. R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia). Informações: (85) 3241-2211.